Mais um dia se vai...

Era noite. Chovia muito. Um aroma cítrico tomara conta do ar, que respirava como se fosse gente. O vento nas folhas das árvores assobiava.

Navegavam nas poças de água, folhas secas. Como se fossem barquinhos, elas navegavam.

O céu, depois de seu choro se acalmou. Ficara cansado de seu pranto. Logo a lua apareceu em meio aquela dissipação de nuvens. Sem esperar mais tempo, lançou seus raios azulados na vegetação do campo. As vacas ainda cochilavam no estábulo. Estavam anestesiadas. Uma constipação tomara conta daquele lugar. A lua se pôs. Alguns minutos depois, antes do amanhecer, tudo fica na mais completa escuridão.

Enfim, algo brilhou no horizonte. Era o sol, acordando para mais um dia. Foi gradativamente clareando a terra com sua luz, como se estivesse caminhando. Acordou as galinhas, os cavalos... Sem chamar com voz, mas com um leve toque de calor.

As horas foram passando, e cada vez mais o astro castigando com seu calor escaldante. Arrancou suor das faces de trabalhadores. Traçou o céu de leste a oeste. Parece que estava de passagem ou apenas observando. Por fim, havia chegado a hora de ir. Não deu um “adeus”, mas um “até logo”. Mais um dia se vai e uma noite vem...

(por: Fernando C. P. Silva)